Uma invenção científica marca a história recente do Instituto Federal da Paraíba, combinando pesquisa, inovação e transferência tecnológica do IFPB para o mercado. Trata-se de um Sistema de Extensão de Vigas para Montagem de Estruturas Metálicas.

Acaba de ser depositado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) pelo Instituto Federal da Paraíba. O inventor é o pesquisador Ulisses Targino Bezerra, engenheiro civil e professor da área de Construção Civil.

Segundo a Coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica do Instituto Federal da Paraíba (NIT-IFPB), professora Nadja da Nóbrega Rodrigues, a invenção reflete o trabalho de excelência que vem sendo realizado pelos diversos grupos de pesquisa da Instituição.

Ulisses Bezerra trabalha com ferramentas inteligentes, que aperfeiçoam o tempo de execução das estruturas metálicas. A invenção consiste em uma forma diferente de se montar estruturas metálicas, com redução significativa de tempo e de baixo custo.

Por ser muito simples, a ideia de Ulisses quase não tem impacto financeiro para a indústria metalúrgica que trabalha com a fabricação de estruturas metálicas, para a qual a invenção será destinada, pois não é preciso que o setor invista em equipamento pesado e caro. Um exemplo de equipamento necessário é omunck (caminhão com guindaste), que pode ser alugado, caso a metalúrgica não o possua, o que não implica em custos elevados, face ao tempo de aluguel que será relativamente pequeno.

Segundo informou o pesquisador, as estruturas metálicas são fabricadas, nas metalúrgicas modernas e automatizadas, em sua plenitude.

“Então, o tempo de fabricação é muito pequeno. Entretanto, quando estas estruturas são transportadas para o local de montagem (a obra), mesmo com recursos modernos como guindastes sofisticados de grande capacidade, o tempo de montagem continua relativamente grande”, afirmou o pesquisador.

Ele esclareceu ainda que a invenção prevê a fabricação de estruturas metálicas de uma forma tal que, quando elas chegam ao canteiro de obras, já descem do veículo direto para a posição final. Com isto são eliminados vários períodos ociosos de armazenamento provisório e pode-se montar em 2 semanas, por exemplo, 10.000 m² de estruturas metálicas. Assim, o avanço obtido na fabricação das estruturas metálicas também é seguido na sua montagem.

Ulisses Bezerra não quis fazer projeções quanto ao impacto do sistema no mercado, mas garantiu que as estruturas metálicas têm ganhado terreno ultimamente. “É comum se ver obras pela cidade, pelo estado e por todo o Brasil em estrutura metálica, devido à maior rapidez, maior flexibilidade na destinação dos ambientes, no alcance de maiores vãos, etc.”, destaca o pesquisador.

Muitos pesquisadores, professores, alunos, dentre outros heróis anônimos da história de 104 anos do IFPB tentaram essa proeza, mas acabaram desistindo de suas invenções, desmotivados pela burocracia que envolve o trâmite para se registrar um pedido de patente no Brasil. Em média, o INPI leva 8 anos para expedir uma carta-patente.

No entanto, se o professor Ulisses persistir na evolução de sua ideias na área de estruturas metálicas e o IFPB continuar dialogando com o INPI na busca da carta-patente, em breve veremos o que a princípio parecia uma simples pesquisa acadêmica se transformando em uma poderosa ferramenta para o setor produtivo, com amplos benefícios econômicos e sociaispara a região.

Fonte: RG3 Consultoria

WhatsApp Chat
Enviar via WhatsApp

Pin It on Pinterest